'Então, os que temiam ao SENHOR falavam uns aos outros; o Senhor atentava e ouvia; havia um memorial escrito diante dele, para os que temem o SENHOR, e para os que se lembram do Seu nome.'' (Malaquias 3:16)

domingo, 26 de fevereiro de 2012

                                       PASTORES CURADOS OVELHAS    
                                             SAUDÁVEIS

         Quando Deus nos chama para o ministério Ele nos dar vestes novas (Nm 20.25-26; Ec 9.8). Portanto, o líder não pode permitir que os traços do velho homem com os seus caprichos e manias mesclem  o caráter e postura do novo homem em Cristo Jesus.  O homem de Deus  deve ser visto expressando a natureza divina que herdou em Cristo.
         O líder cristão deve conhecer a si mesmo. Paulo nos recomenda: “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé” (2 Co 13.5). Este examine não se refere apenas a questões doutrinárias. Trata-se de questões morais e de caráter. Jesus o grande líder, o maior de todos nos ensina em João 10 que o pastor se deixa conhecer pela ovelha. A ovelha deve conhecer o seu pastor – Título do meu primeiro livro. Só quem é mentiroso e tem algo a esconder é que tem medo de se dar a conhecer. O líder cristão deve ser transparente ao máximo. Tem que ser “ficha limpa”. Transparência na vida moral, familiar, financeira, nos negócios, no ministério, na igreja, na vizinhança, no trabalho, na faculdade, etc.
            Quem abraça o ministério não pode manter a mesma postura de antes. O mundo espera e precisa ver no pastor o caráter de um homem de Deus (2 Rs 4. 9). O caráter de um homem de Deus é forjado através do discipulado. Todos nós precisamos ser acompanhados e submetidos ao tratamento do homem interior. Do coração procedem as saídas da vida. O nosso interior precisa ser limpo. Abrir o coração, sondar as intenções, as motivações e deformações para que possamos alcançar a cura que precisamos.  Quem se fecha no seu mundo interior e não se dar a conhecer pode estar revelando os traumas na sua alma. 
             Discipulado é feito na escola da vida e antes de ser informação, é formação. Não basta conhecimento intelectual e teológico das Escrituras para se tornar um líder cristão. É preciso andar com outro ser humano e se deixar tratar. Quem anda só, rompe com os princípios dos ensinos de Jesus.
            Todo líder cristão deve estar disposto a passar pelo processo do andar humildemente, sendo transparente e deixando que os  seus defeitos, medo, covardia, egoísmo, soberba, vaidade, ciúmes e tudo que possa ser obstáculo para o  desempenho do ministério  venham à tona para que seja curado.
            No discipulado não há lugar para se esconder o que há de mau dentro de cada um de nós. Determinadas fortalezas na nossa alma impedem-nos de fazer amizades significativas e de crescermos. A desconfiança precisa ser superada e a liberdade para derramar a alma deve se tornar uma prática terapêutica e saudável em um grupo de discipulado.
           Um grande problema que alguns enfrentam é que quando alcançam uma posição tendem a abandonar o discipulado. Tornam-se independentes e auto-suficientes (Tg 3.1). A Bíblia diz que não devemos ser sábios aos nossos próprios olhos. Portanto, a postura de aprendizes nunca deve ser abandonada (Pv 4.13).
            Uma igreja não se sustenta quando entre os seus líderes e membros têm pessoas com “relacionamentos artificiais”. Muitas vezes os relacionamentos entre os irmãos giram em torno de interesses no jogo de ascensão e poder dentro da igreja. Tal situação dá lugar a atitudes hipócritas. Desta forma, os princípios da graça e do amor passam a ser substituídos por leis, regras e normas, dando assim lugar ao radicalismo, infantilidade, em virtude da consciência apoiar-se na aprovação ou reprovação das pessoas e, em especial de determinados líderes autoritários, e não na dinâmica do Espírito Santo. Isso, porém, é viver no tempo da lei e não na graça.
            Todos nós precisamos de cura e a igreja é uma comunidade terapêutica. Jesus é o médico, nós somos os seus enfermeiros Precisamos de cura do medo de ser conhecido, o medo de abrirmos o nosso coração para os nossos líderes. Aliás, muitos nem líder têm. A tendência do homem do nosso século é voltar-se para a interiorização, individualização e devido a este comportamento termina ficando  emaranhado no seu mundo interior e incorporar os problemas  deixando de lado o ensino  bíblico de Tiago 5. 14-16 que diz: “Confessai, portanto, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. A súplica de um justo pode muito na sua atuação. Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós, e orou com fervor para que não chovesse, e por três anos e seis meses não choveu sobre a terra”.
             O pastor não pode ignorar a complexidade que é o mundo interior do ser humano. Não pode fugir da responsabilidade de cuidar das ovelhas do Senhor oferecendo-lhes a oportunidade de cura.     Mas,      para que isto aconteça, antes precisam ser  primeiramente curados das algemas da sua própria alma.

Pastor Manoel Pedro de Souza     

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